sábado, 16 de maio de 2009

Para começar a gostar de música eletrônica

E ai rapaziada, aqui é o Dj Yankee. Navegando pela net garimpei uma matéria do Yahoo Notícias.
O artigo é de Regis Tadeu, colunista do Yahoo! Brasil, editor das revistas Cover Guitarra, Cover Baixo, Batera, Teclado & Piano e Studio. Diretor de redação da Editora HMP, crítico musical do Programa Raul Gil e apresenta/produz na Rádio USP (93,7) o programa Rock Brazuca.

Poucos gêneros foram tão vitimados pelo preconceito quanto a música eletrônica. Primeiro, porque muita gente acha que o rótulo cabe apenas àquelas insuportáveis porcarias sem qualquer melodia ou harmonia decente, dominadas apenas por batidas "putz, putz, putz", que DJs picaretas insistem em chamar de "música" e que levam a pseudodançarinos descerebrados a um êxtase emburrecedor que chega a dar pena. Por isso, resolvi montar mais uma "seleção de craques", agora reunindo tudo aquilo que a pessoa que não tem a menor noção a respeito de música eletrônica precisa ouvir para sacar a modernidade do gênero. São DJs, músicos e, principalmente, duos que fazem discos sensacionais, que passam muito longe da aridez de criatividade que impera nas boates, raves e o escambau. Propositalmente, não inclui discos do Kraftwerk - a influência-mor de toda a cena de música eletrônica surgida a partir da segunda metade dos anos 80 - por julgar que a pessoa que está enveredando por este universo vai estranhar muito a atmosfera excessivamente robótica e por vezes minimalista dos discos do grupo alemão, cuja audição recomendo depois de um, digamos, "período de adaptação" por parte do "calouro".

Bem, segure-se na cadeira. Vamos lá...












PLAY - Moby

Seu trabalho sempre teve uma faceta pessoal muito intensa, mas isso só atingiu o ponto máximo neste brilhante álbum. Usando inúmeras influências do blues e do gospel norte-americano por sobre beats espertíssimos, Moby conseguiu compor um repertório que celebra a união de mundos aparentemente díspares. Há um quê de espiritualidade inserido nos padrões rítmicos, o que explica a profunda carga de soul music e blues existente, respectivamente, em "Natural Blues" e "Find My Baby", em contrapartida à urgência dura e cortante de "Bodyrock", à atmosfera espacial de "Inside" e ao uso quase simplório do piano em "Honey" e "Porcelain". Este disco é o perfeito exemplo de como a tal "música eletrônica" pode soar admiravelmente orgânica, com alma.
Gostou? Então ouça 18











DIG YOUR OWN HOLE - Chemical Brothers

Nenhum grupo expandiu tanto as fronteiras rítmicas e sonoras do universo eletrônico contemporâneo como a dupla formada por Ed Simmons e Tom Rowlands. Sem medo de ousar, os dois caras misturaram psicodelia retrô e rítmicos germânicos em sua disciplina, soando ora grandiosos ("The Private Psychedelic Reel", "Elektrobank"), ora esquizofrênicos ("Don't Stop the Rock", "Lost in the K-Hole", "It Doesn't Matter"). Mas os destaques são a surpreendente cacofonia hardcore de "Block Rockin' Beats - com uma mortal linha de baixo - e seu correspondente qualitativo, a inacreditável "Setting Sun", uma explícita homenagem sacolejante e distorcida aos Beatles (com referência a "Tomorrow Never Knows") e os vocais de Noel Gallagher (sim, o guitarrista do Oasis). Ouvir este disco é viajar por intoxicantes e lisérgica paisagens, com cores e nuances não menos que caleidoscópicas, sem deixar de sacar que o futuro já chegou. E o taxímetro continua rodando.

Gostou? Então ouça Come With Us













LEGION OF BOOM - Crystal Method

Esta dupla de Los Angeles, formada por Scott Kirkland e Ken Jordan, tem uma pegada bastante roqueira, mas não dispensa outras inúmeras influências. Em seu terceiro disco, os caras capricharam nos breakbeats e nos riffs de guitarra (evidenciados em "Born Too Slow" e "Weapons of Mass Distortion"), sem esquecer do 'molho dançante' típico do hip hop em "The American Way". Não dá para não sentir um calafrio na hora de dançar em "I Know It's You", sendo hipnotizado pela voz sedutora da bela Milla Jovovich. Por vezes sombrio, este disco permite a revelação de inúmeros elementos que vão abrir os ouvidos de quem quer se habituar a chacoalhar o esqueleto a bordo de timbragens pesadas.
Gostou? Então ouça Teekend




THE FAT OF THE LAND - Prodigy
Raiva, medo, peso, sexo, ultraje. Estas são algumas das palavras que melhor definem este espetacular disco do combo liderado pelo produtor Liam Howlett, que conseguiu a proeza de abrir as portas do até então refratário mercado norte-americano. Amparado por clipes geniais e polêmicos - como não lembrar do surpreendente vídeo da pesadíssima "Smack My Bitch Up"? -, a banda teve em Howlett o capitão perfeito, cujas escolhas - dos samples a incrível quantidade de peso e adrenalina injetados nas cadências de hip hop empregadas em "Firestarter" e "Breathe" - evidenciaram ainda mais o poderoso caos sonoro perpetrado por faixas como "Funky Shit", "Serial Thrilla", "Diesel Power" e a versão de "Fuel My Fire" (do hoje finado L7). Ainda hoje, é um disco antológico.

Gostou? Então ouça Music for the Jilted Generation.
Quer saber mais? Clique aqui

Nenhum comentário:

Postar um comentário